SAUNA GERMÂNIA 221


Decidi não pensar muito, já que as inseguranças que me rodeiam já haviam me feito desistir inúmeras vezes antes.


O medo de não ser bonito o suficiente, desejado o suficiente, másculo o suficiente... todos esses medos sugavam a minha energia e me deixavam estagnado. Mas não hoje!

Então decidi ignorar esses receios. Tomei um banho, me depilei como pude com uma gilete cega, coloquei uma roupa confortável, comi o feijão delicioso da minha mãe e quando me dei conta, já estava a caminho.

Tive problemas com o aplicativo da Uber, então chegando na rodoviária acabei optando por seguir a pé o trajeto do Google Maps. Andei 20 minutos até chegar na Rua Germânia 221; Eram 14h50 e o sol estava castigando o topo da minha cabeça, meu rosto estava inundado de água sódica e eu não parecia nada apresentável. Avistei o numero 221 inscrito ao lado de um pequeno portão semi-aberto que dava pra uma escada de 3 ou 4 degraus altos e uma inclinação até a porta da recepção, que por sinal estava vazia. Nas paredes haviam prateleiras cheias de toalhas ensacadas e no chão em um móvel bastante simples, feito em polietileno, eram guardados diversos pares de chinelos de vários tamanhos.

Logo na entrada cruzei com um rapaz sem camiseta que mais tarde se apresentou como Marcos. O mesmo nome que eu carrego comigo.
- Óh! Fala com o dono lá no fundo. Rodolfo, o nome dele.

Fui direto para o balcão onde o Rodolfo estava e pedi uma água. Ele me serviu uma pequena garrafa e me acompanhou até a recepção para preenchermos uma comanda. Conversamos a respeito dos valores, como eu entraria como boy eu pagaria a entrada com desconto, uma toalha por R$5,00 e pela consumação (observação: aqui os meninos não são vistos como garotos de programa, é dito "boy" como uma maneira de amenizar o peso do nome, mas eu mesmo defendo o termo "puto" como positivo).

Outro boy nos acompanhou enquanto eu perguntava coisas na recepção. Ele já estava com uma toalha em mãos, mas sem camiseta não me pareceu atraente. De certa forma, fiquei feliz... parte das inseguranças que eu sentia já haviam sido superadas e eu estava ali sentindo que eu poderia ser o diferencial. 

Os meninos me questionaram se aquela era a minha primeira vez por lá e eu respondi positivamente, acrescentando um "tá muito na cara que a minha primeira vez em qualquer sauna, né?", que os fez rir. Segui o garoto do pacote com a toalha, que entrou à direita onde haviam armários de metal igual no ensino médio, escolhi o número 36. Na recepção, o Rodolfo havia me entregue também um cadeado e uma chave presa em um elástico.

Sem medo o outro menino se despiu do shorts e da cueca, guardando as roupas dentro do armário e se enrolando na toalha que ele dobrou ao meio, na tentativa de ser sexy creio eu, mas que na minha opinião lembrou bem uma mini-saia. Fiz o mesmo e então notei que o meu nervosismo havia feito meu pau encolher, tentei dar uma animada no moleque mas ele parecia desmaiado. Então me enrolei na toalha e voltei pro balcão, encontrando novamente o rapaz da mini-saia. Nos apresentamos e então o Gabriel me convidou para fazer um tour pela sauna. Alguns quartos me pareceram sujos, mas de fato não era pior que as fotos que eu havia visto no Google.

Fomos para a frente da casa onde haviam mesas, cadeiras e cinzeiros. Acho que devo ter fumado uns 20 cigarros em um período de 6 horas, eu estava bem nervoso. Aos poucos homens de meia idade chegavam e vez ou outra uns rapazes surgiam pelas escadinhas da Germânia. Poucos rapazes me atraíram, mas um negro com sorriso largo me fez babar.

Fui me tranquilizando e aos poucos me apresentei e conversei com quase todos os homens na casa. Alguns anotaram meu número, outros pediram para me ver nu, outros me bolinaram... em geral os homens foram gentis, mas já eram 18h e eu só havia conversado e estava com medo de sair no prejuízo. Então de repente numa roda de conversa surgiu a possibilidade de fazer um mènage. Rapidamente fomos para o quarto do meio onde havia uma cama japonesa feita de paletes com um colchão revestido com plástico e uma luz vermelha horrível. Curiosamente meu primeiro programa viria a acontecer com um outro garoto de programa. O cliente gostava de ser voyeur e olhar já era o suficiente. Mesmo com a minha experiência sem remuneração eu ainda não havia tido nenhum tipo de contato com essa prática, o que me fez pensar que eu tenho mesmo muita coisa pra aprender.

Então o Marcio ficou olhando o boy me foder igual uma verdadeira puta. Num primeiro momento, me senti estranho, talvez pela inexperiência, pela situação... mas o vai-e-vem (o famoso entra-e-sai) tornou-se prazeroso conforme eu me permitia. Depois de muito sentar e de fazer frango assado, eu estava de quatro quando senti meu cu "queimar" e um cheiro estranho pairou no ar... o maldito cheque! O boy notou a situação e muito profissionalmente, retirou a camisinha segurando pela base, de forma que a mesma saiu ao avesso. Colocou outra, passou mais lubrificante e sem rodeios me comeu de novo. O Marcio gemia encostado na parede e gozou assistindo a cena, o que também me deu um certo tesão. Vi que sujei minha toalha e acabei precisando de outras e tanto o boy quanto o cliente me auxiliaram me indicando um chuveiro para tomar banho e buscando uma nova toalha. Tudo pra manter a imagem porque pagar cheque é feio! Mas eu lido bem com esse tabu.

Tomei banho e saí para fumar mais um cigarro do dia. Meus pulmões já estavam pesados mas eu não sabia como me comportar de outra forma. Também aproveitei pra conversar com o boy sobre o pagamento, pois não havíamos recebido e eu não queria levar calote. Houve uma enrolação para pagar, nada demais, no final das contas acabei recebendo um valor normal pra saúna que me serviu pra pagar o que eu havia gasto pra recarregar o celular, comprar cigarros, cerveja, pagar a passagem etc. Ou seja, agora eu estava no 0x0.

O Marcio foi embora e eu fui em busca de outro cliente, o Ricardo. No início do dia, eu havia beijado ele; depois fui informado que beijar na boca de graça não pega bem. Sentei à mesa com ele e com alguns outros senhores e bebemos algumas cervejas mais. Combinamos de fazer algo inusitado; ele queria me dar uns tapas.

Aceitei pelo preço de dois programas. Ele pensou bastante e no final decidiu me levar ao quarto do meio novamente. Descobri que o tesão do Ricardo era enfiar o pulso dentro da minha boca. Analisei e pensei "se ele gosta de pulso na boca, logo ele gostará de fisting...", fiz meu marketing e cobrei o preço de 3 programas. Acho que nunca fiz negociações em uma situação tão inusitada. Resolvemos continuar com um semi-fisting pelo preço de 2 programas e eu adorei, finalmente consegui gozar e ele também.

Tomei outro banho e voltei para próximo do grupo de senhores. Conversei mais um pouco e por volta das 20h30 coloquei novamente minha roupa de viver. Andei até a rodoviária e perdi o ônibus, esperei até às 22h pensando em tudo que eu havia vivido em um único dia, uma única tarde. Nada pesou, nada doeu. Voltei pra casa orgulhoso de ser como sou.

A liberdade é um tesão.

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