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BANHEIRÃO ataca novamente

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Era dia 30 de junho, 21h20 da noite. Eu já havia tirado o meu celular do modo avião, por que meu carregador havia quebrado e agora eu estava então conectado de volta com a "vida". Já era domingo e estava acontecendo em baixo dos meus pés a décima nona parada LGBTQI+ de Campinas. Falei com alguns amigos, guardei meu smartphone, escondi em lugares diferentes na roupa e na bolsa o dinheiro que eu havia acabado de receber no evento que eu estava realizando naquele final de semana e me preparei para passar pela festa que acontecia no Largo do Rosário. Desci do décimo andar de um prédio na General Osório, apenas sentindo o músculo da minha coxa e panturrilha me dizerem para eu ir direto pra casa. Pelo Largo era impossível não tropeçar ou chutar garrafas e latas espalhadas pelo chão. Ouvi algumas cantadas, achei gostoso. Apesar de estar quebrado da rotina de cozinha, ainda me sentir atraente deu aquele abraço no meu ego. Mas percebi que por ali a festa já estava acaba

Descobrir o sol

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Algumas coisas definitivamente me quebraram ao longo do último ano. Eu não me arrependo de nada que vivi. Claro que hoje, mais maduro e mais forte, devido as diversas quedas, consigo ter os olhos treinados sob outra perspectiva. Hoje consigo reconhecer o quão sortudo (protegido, abençoado, ou seja lá o que for) fui, por ter sempre conseguido voltar pra casa bem. São novos dias, outra rotina, outro Marcos. Mas eu preciso contar um pouco do que me fez olhar para trás. Era dezembro, eu estava mais uma vez no Monrealle Classic. Iria passar um final de semana, dessa vez acompanhando o meu até então Lord Dourado. Naquele tempo eu estava morando no centro da cidade, então levei mais ou menos 10 minutos até chegar ao hotel, devido aos semáforos que hora ficavam verdes, hora vermelhos. Atravessei a Glicério sentindo o calor que tomava conta da cidade já às 11h da manhã. Aguardei alguns minutos no Largo do Pará, aproveitando para fumar alguns cigarros; eu já sabia que estava cansado, sem a

Quem sou eu?

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Você pode achar que eu sou só uma vadia egocêntrica, mas não me conhece. Hoje estou vestindo uma linda roupa; calça cor de mostarda, camisa azul com desenhos de pássaros brancos. Meus pés estão encobertos por meias de algodão dentro de um sapato de edição limitada da New Balance. Mas isso é só o que você pode enxergar. Por baixo destas linhas infindas de tecido, há uma pele. Por baixo desta pele, existem outras finas películas de um ser que não pode ser visto. Por baixo destas vestes, existe um corpo exausto, cansado de ser mirado como um alvo a ser acertado. Tudo que é visto se resume em apenas nádegas, músculos rígidos e lugares para serem preenchidos. Tudo que meus pés devidamente calçados querem é continuar andando. Mas todos os dias eu me pergunto quantos passos sou capaz de andar sem me perder nessas ruas sem saída antes de desistir. Sobre a minha pele, estão marcados desenhos indeléveis, mas é sob ela que as marcas queimam. Como um bebê pássaro, eu tento v

Rua - dia 01

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Eu sempre soube que o Thiago, o primeiro garoto de programa que eu conheci na vida, trabalhava exposto na rua e atendia até na cabine de caminhões. Inicialmente quando decidi trabalhar com sexo, fui primeiro à sauna e depois passei a atender em sites em alguns moteis. A ideia de atender na rua parecia muito marginalizada e ouvia-se dizer que os garotos que se submetiam a isso eram desvalorizados. Mas sempre me bateu aquela curiosidade. Meu amigo Fernando, GP há mais de 10 anos, me deu todas as coordenas e dicas possíveis ao longo de nossas conversas, que antecederam em muitos meses o dia do fato. Era final de dezembro de 2018 para 2019, eu estava sozinho em casa e a noite começou a pintar o céu de escuridão. Tomei um bom banho, com direito a uma boa higiene anal; naquela noite eu precisava estar o mais preparado possível. Passei meu perfume novo, presente do meu namorado dourado, aquele Lord que citei anteriormente aqui e coloquei uma cueca Tommy Hilfiger, para surpreender. Enrol

Dourado, danado e único

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As andorinhas sobrevoavam a piscina tocando a água minimamente ondulante, como numa leve pretensão de mergulhar ou apenas tocar os leves pés, rompendo a fina camada espelhada que reflete o azul do chão. Vejo as bandeiras balançando com o vento e os prédios cor de creme, laranja e azul (veja a foto), compondo a presença daquele momento. Campinas sempre foi uma cidade que me encantou, mas agora eu estava prestes a passar mais alguns dias com o meu Lord Dourado (o único), viajar para o litoral, descansar mais alguns dias e fazer novamente as malas. Decidi ir em busca dos meus velhos sonhos. Já havia visto um flat para dividir com um amigo na Aclimação e estava pronto para ficar 30 dias na megalópole. Antes que eu pudesse me dar conta dessa nova realidade, me lembrei dos vestibulares que eu deveria prestar em novembro, que atrapalhariam meus finais de semana em SP. Na mesma semana, meu amigo entrou em contato comigo dizendo que o flat já havia sido locado. Caramba... parecia uma onda

Ménage com o ex e bate-papo UOL

Me perguntou, no chuveiro, se alguém já havia me feito especial. Fui pego de surpresa mas respondi com honestidade, "ainda não, e com você?", respondeu balançando a cabeça negativamente. Um desejo súbito de me entregar aos seus braços tomou conta do meu eu e deixando a água quente nos lavar fodemos mais uma vez. Ensaboei seu corpo, fiz com que levantasse os braços e como quem banha um menino cuidei de sua casca. Deixei que me lavasse também, sentindo sem medo cada toque da sua mão e cada contato entre nossas línguas. Acariciei suas pequenas orelhas e fiz o máximo que pude para gravar cada momento na memória. Não tive medo de não viver nunca mais um momento como este, mas confesso que quis que nunca acabasse. Há tempos não enfrentava contatos tão bonitos e sem culpa quanto este. Antes, na cama, nos olhamos e mesmo quando ele fodia com o outro, tive a certeza de que eu é quem era o mais desejado. No início tomamos um vinho. Quando vi, já estávamos os três sem roup

Alemão do pó

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Tinha tudo para ser um sábado comum assistindo Luciano Huck na TV. É estranho pensar que sou caseiro assim, pela profissão que vivo, mas é fato. Costumo almoçar cedo, então ao meio dia quando meu Whatsapp vibrou eu já estava sentado na minha poltrona tomando meu costumeiro expresso após o almoço. Sei que não devo julgar os clientes pela aparência. Na verdade, faço de tudo para enxergar em cada um deles uma singularidade ou algum detalhe que me atraia. Acho até que é isso que faz o retorno desses clientes ser tão alto, eles sentem carinho, que eu realmente tenho por eles. Mas esse em especial, parecia ter acabado de descer de um cavalo branco, por que o alemão era um príncipe! Acontece às vezes dos clientes não bloquearem a foto de perfil para mim e assim consigo vê-los também, tento ser imparcial mas nesse caso eu estava babando pelo loiro. As perguntas de sempre por 10 minutos (o que curte? curte chupar cu? gosta de ser passivo? mete sem borracha?) até que o convite surge: